Letícia 14/12/2020
Não há nada no mundo que eu não desse.
?Ah, se fosse possível mudar os destinos. Se fosse eu quem devesse conservar-me novo e se essa pintura pudesse envelhecer! Por isto eu daria tudo! Nada há no mundo que eu não desse? Até minha alma!?
Baseada claramente no Mito de Narciso e no Mito Faústico, o único romance escrito por Oscar Wilde gira em torno da vida de 3 personagens: Dorian Gray, Lorde Henry Wotton e Basil Hallward. Apesar de não ser a intenção do autor esteticista, o qual afirmava que a arte não servia para provar absolutamente nada, Oscar Wilde naturaliza e fomenta a vontade do leitor de exteriorizar a literatura à vida. Nesse sentido, em outras afirmações, falara que a única finalidade da arte, seria fazer coisas belas.
Não obstante, a obra retrata a vida de Dorian, um garoto ingênuo, que nem ao menos sabia o poder do belo e da juventude. E como toda pessoa ingênua, está vulnerável à persuasão das mais espertas. Conhece então Lorde Henry, que é a real representação dos vícios, da futilidade e dos prazeres momentâneos. Por outro lado, como se fosse uma mistura das duas personalidades, há Basil, não tão imaturo a ponto de ceder aos pensamentos do pseudo-sábio, mas tão cego ao ponto de enxergar apenas a exteriorização da beleza humana. O quanto esses 3 personagens podem fazer um com o outro? Deixo para os que ainda não leram a curiosidade de poder se des(encantar) com O retrato de Dorian Gray.