Resenhas - Norwegian Wood

leonardson 07/01/2024

Profundo
Fiquei muito tempo querendo ler um livro do Murakami, e após meu amigo (que me acha um meliante) falar que eu devia ler por que o personagem principal era um meliante de 19 anos na faculdade (igual eu).

Por mais que eu achei o Toru um pé no saco o livro me prendeu muito, acho que é por conta que a história faz refletir muito sobre a vida, inclusive sobre as banalidade do dia a dia.

Foi densa a leitura, mas não chata, apenas densa, demora pra ler mas vale a pena.

Raquel.Molica 04/01/2024

Norwegian Wood
Possivelmente um dos melhores livros que já li na vida. me fez interessar muito por literatura japonesa, principalmente livros que retratam a depressão e a solidão. O jeito que Murakami usa as palavras mais lindas pra descrever as coisas mais feias que a vida pode nos oferecer, me destruiu. chorei horrores no final do livro e não esperava o que aconteceu. obrigada harry styles por me fazer ler esse livro!!

um bônus para a inclusão de músicas dos beatles (minha banda preferida) durante o livro todo!!

mdpotavio 31/12/2023

Extremamente melancólico
Nunca havia lido nada desse autor, e entrei sem saber sobre o que se tratava o livro.
Basicamente, a história gira em torno de Toru Watanabe, um jovem totalmente perdido e indiferente à vida (protagonista extremamente laconiano). A história também tem foco na relação de Toru com outros personagens: Naoko (uma das principais), Reiko e Midori. Alguns outros personagens acabam deixando resquícios e representam suma importância para a formação do protagonista, como é o caso de Kizuki, "o nazista" e Nagasawa (destaque especial ao Kizuki, cujo suicídio pode ser considerado o estopim de todos os acontecimentos e relações de Toru).
Nesse livro, acompanhamos o protagonista se deparando com diversos dilemas da vida, tais como: Amor, estudos, relações interpessoais, incertezas e solidão (tratando, por vezes, alguns desses temas com indiferença).
Algumas partes dessa obra são extremamente explícitas e carregadas de teor sexual (fica aqui o aviso). No geral, ela é narrada de uma forma extremamente melancólica e "sem esperança", senti como se estivesse lendo a cada página, a vida de um ser humano sem rumo algum, algo extremamente mecânico, repetitivo e sem sentido. Por vezes, não entendia o propósito de tudo aquilo. Não digo isso, porém, de uma forma negativa, pessoalmente, adoro livros que "não tem rumo", em que o foco do livro é o protagonista "vivendo um dia após o outro".
Apesar de achar algumas partes extremamente fortes, adorei a leitura e achei viciante, terminando-o em 3 dias.
Acho que as leituras orientais (apesar de murakami ser considerado ocidental, devido à sua forte influência de autores ocidentais) sempre apresentam uma psiquê diferente e extremamente válida.
Outro ponto forte do livro são as inúmeras referências a autores, livros e músicas (especialmente aos beatles, como denota o título do livro).
Acredito ser um ótimo passatempo, porém, não para qualquer um.
Com certeza lerei mais murakami.
Espero que a minha opinião sirva de ajuda para vocês, porém friso a palavra "opinião", não devendo ser tomada como verdade absoluta e sim, como base e inspiração.

h4gatha 29/12/2023

Como estragar um livro em quatro páginas
Meu segundo livro do murakami depois de me apaixonar pelo trabalho dele em "sul da fronteira oeste do sol". Dá pra notar bastante similaridades nos temas que ele trás pra narrativa: filhos únicos, infidelidade, protagonistas masculinos escrotos e personagens femininas idealizadas. Tudo isso enredado na melancolia, confusão de psiquês doentes e muita música boa

e embora a escrita continue mantendo muito a qualidade que encontrei no último romance, tive alguns problemas quanto a representação das personagens femininas. Tem uma objetificação beeem grande. É estranho que a primeira coisa que o Toru pense depois de receber a notícia da morte da Naoko seja como ela pagou um boquete pra ele e mais estranho ainda o fechamento com a Reiko e ele transando sem necessidade nenhuma (o que com certeza fez o livro cair em conceito pra mim)

Sei que é um livro de 87 e tudo mais, só que mesmo assim não sei como o murakami achou ok colocar uma mulher de 31 pra ser seduzida e abusada por uma menina de 13, sendo que tinha toda a abertura pra escrever algo respeitoso e até mesmo abordar a Reiko como uma mulher sáfica em vez de meter aquele discursinho de "adorei mas não sou lésbica"

Ressalvas feitas, gostei muito das nuances quanto a natureza e ações humanas ao lidar com sentimentos complexos como o amor a vida e a morte, principalmente quando pensamos em suicídio que é um elemento muito forte no Japão, gosto da escrita e da ambientação do Murakami e vou seguir minha jornada de ler e conhecer esse autor

neptune 27/12/2023

A juventude é melancólica
Foi meu primeiro livro do murakami então não sabia muito bem o que esperar. ao contrário de muitos, gostei muito do aspecto melancólico, depressivo e contemplativo, como se essas partes fossem dias cinzentos em que só lhe cabe observar à distância. existe poesia na contemplação. meu problema com esse livro foi o machismo mesmo e como é claramente um livro escrito por um homem no pior sentido possível. Não consigo gostar da Reiko por suas atitudes pq convenhamos o problema dela não é gostar de mulher e sim da aluna de 13 ANOS. Em relação ao Toru, foi péssimo ler ele sentindo falta do sexo com a Naoko em primeiro lugar do que saudades dela em si. Aparentemente ele não consegue se envolver com nenhuma mulher sem transar com ela e nem Reiko escapou disso???

Alana.Leitao 27/12/2023

Não sei nem o que pensar
Gostei bastante do começo do livro, mas sinceramente não sei o que pensar do final, fiquei perplexa e achei só um pouco bizarro. Acho que foi diferente de tudo que eu já li.

honey 25/12/2023

Não foi feito pra mim. sei lá pq mas não me envolvi na história, foi uma luta terminar e fiquei ????? em certos momentos

Capitu 24/12/2023

Que livro chato
A escrita é fácil, fluida, mas a história não me prendeu. De fato, eu não curti o livro, achei um tanto paradão, monótono, com muitas descrições enfadonhas, personagens que não conseguiram me cativar, exceto Midori.

pevinics 21/12/2023

Escolhas duvidosas estragaram uma das melhores leituras.
A escrita do murakami e sua narrativa são excelentes. Sobre a história, nada mais que o desenrolar da vida de jovens japoneses nos anos 60, atormentados por seus problemas pessoais e psicológicos, que acarretam em depressões e, infelizmente, algo quase que cultural na história do Japão, o suicídio. A escrita, a construção das relações, os personagens, as descrições das ambientações são impecáveis, realmente muito boas, dignas daqueles vídeos com imagens de "pov: vc está lendo um livro do murakami", é exatamente daquele jeito que ele te faz imaginar as cenas. É difícil parar de ler até saber tudo. Mas os excessos de objetificação (a primeira lembrança da mulher que você dizia amar ser seu pênis na boca dela e não qualquer outra coisa), e um "ato" com uma personagem que não tinha a mínima necessidade de ter acontecido, literalmente nas últimas 4 páginas do livro, estragaram completamente a experiência do final bonito que tava se criando. Excluindo esses fatídicos episódios desnecessários, beiraria as 5??, o que infelizmente não será possível. Mesmo assim, continua sendo uma das melhores experiencias de leitura que eu já tive.

Lilian 16/12/2023

Final sem fim
As vezes penso que estou evoluindo no quesito ?focar naquilo que posso controlar?. Aí, termino esta leitura esperando um ?fim? e me vejo no desconforto de não ter um ?fim?! Tento achar uma explicação, um racional?porém, talvez o ponto é apenas este?até o fim pode ter inúmeras possibilidades. Gostei da leitura, bem poética e ainda mais agradável considerando que acabei de ler as referências de Watanabe. Enfim, o único ponto que não gostei foi o relacionamento do protagonista com as mulheres (como se todas tivessem uma ?dependência? por ele) . No final, achei Toru um tanto quanto ?desinteressante?. Midori, com certeza, merecia mais pela sua irreverência!

jaqueshouse 10/12/2023

Pior leitura do ano!
Entendo que provavelmente a intenção do autor era retratar diferentes nuances e complexidades que atravessam a existência e as relações humanas, entretanto, tudo é feito de uma forma meio porca e forçada através de personagens fracos, esquisitos, estranhos, xexelentos, antiéticos e até mesmo criminosos.

Eddie.Erikson 09/12/2023

Não conhecia nenhum trabalho do autor mas ouvi muito a falar deste. Por curiosidade resolvi ler uma obra. Mesmo sendo não sendo um livro volumoso me faltou afinco. Não sei se isso pode ter atrapalhado a me impressionar mais ou se não era o livro pro momento. É uma boa obra, a escrita é boa e fluida. Só não me impressionou.

majutopia 06/12/2023

Nunca esquecerei você, como poderia?
Foi um primeiro contato primoroso com a escrita do Murakami. demorei um tempo pra terminar esse livro, não por ele ser ruim, mas devido ao fato de retratar temas que tocaram, de certa forma, algo escondido no meus pensamentos mais íntimos. é uma leitura lenta, apesar de tratar de temas pesados de forma leve.

as personagens são muito características em seus aspectos admiráveis e pontos negativos. todas lidam com perdas durante a narrativa, cada uma com sua forma de lidar com a morbidez da morte. tiveram algumas, como a Reiko, que me irritaram profundamente... não dá pra comprar a história dela de como foi parar naquele lugar. me deu a impressão de que até as coisas que ela disse pro Toru eram mentira. não posso dizer que gostei do final, mas é a vida. gostei da Midori.

enfim, curti o livro. está longe de ser perfeito e algumas passagens me deram até nojo da visão do Satoru sobre mulheres. pretendo ler mais do Murakami futuramente.

?Vistos em retrospecto, sem dúvidas aqueles foram dias estranhos. Em plena vida, tudo girava em torno da morte.?

Wercton 30/11/2023

O coração humano à beira de um obscuro poço
"Em plena vida, tudo girava em torno da morte."

Esse é o meu 4° livro do Murakami e, como em todos os outros, tive uma experiência muito imersiva em sua imaginação, composta de uma atmosfera melancólica e personagens perdidamente solitários procurando uma forma de fugir do vazio que carregam no peito.

Aqui, um jovem universitário tenta lidar com o suicídio de seu melhor amigo enquanto se aproxima da (ex-)namorada do mesmo. É uma colisão de duas solidões, uma tentativa de, ao olhar para o outro, entender a si mesmo. Um olhar sobre a vida, tendo como fundo a morte e as diferentes formas que processamos o luto.

Esse livro é o que se chama de "romance de formação", onde acompanhamos um personagem em sua fase de amadurecimento, tentando conciliar seus comportamentos juvenis com o peso da vida adulta que chegou. Lembrou-me muito O Apanhador no Campo de Centeio, com o protagonista aqui também vagando pela cidade melancolicamente em certos momentos e com um sutil desenvolvimento diante dos acontecimentos que vão se desenrolando.

É preciso ter paciência em certos momentos com o protagonista, e existe alguns acontecimentos bem questionáveis na trama. Mas, para mim, tudo é muito bem justificado tendo em mente que somos todos seres humanos cercados de imperfeições.

Um traço que admiro muito nos personagens do Murakami - e nesse livro não há exceção - é a sinceridade dos personagens nos diálogos, se abrindo e sendo transparentes a respeito do que sentem e mesmo do que desejam (até sexualmente), por mais "não ortodoxos" que sejam muitos desses sentimentos e desejos. Sua narração é exímia, especialmente quando se trata de um personagem relatando seu passado na história, sempre muito involvente de modo que é impossível largar o livro até o fim do relato.

Minhas expectativas não estavam altas devido à algumas críticas que vi, e por isso o livro me surpreendeu bastante. Recomendo muito a leitura, mas esteja preparado para discordar de muitas ações tomadas pelos solitários e controversos personagens do Murakami.