Dois irmãos

Dois irmãos Milton Hatoum




Resenhas - Dois Irmãos


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Duda.Pescarolli 25/08/2023

História interessante, porém angustiante
Terminei o livro com uma sensação de tristeza e lamentação por conta da evolução decadente da relação familiar que é apresentada, se equilibrando o tempo todo entre conciliação e destruição.

A história traz algumas questões polêmicas, principalmente o incesto, mas não de forma admissível, é apenas mostrada junto de várias outras complexidades e debilidades desta família.

Tudo é apresentado de forma real e natural, independentemente do teor dos acontecimentos, o que causa uma sensação agoniante de conformidade, pouco faziam para mudar/melhorar, porque a vida que eles levavam aqui, tanto as felicidades e tragédias que sofriam, eram a vida que tinham e ponto final.

As consequências dos atos de um refletiam em todos, porque enquanto família eles estavam inevitavelmente ligados um ao outro.

Não há um vilão para ser responsabilizado, de certa forma, todos são culpados ou vítimas em algum momento. Mas esse Omar ?????

Conheci o livro por ser uma leitura obrigatória para os vestibulares e por conta disso me surpreendi com a escrita fluída; apesar de bem detalhada e descritiva, e cheia de características regionais e culturais, não achei confusa nem densa.

A narrativa causa uma sensação de proximidade com o narrador, como se ele, em uma conversa, nos confessasse a sua vida e das pessoas com quem viveu.

E a forma como são apresentados aspectos históricos que marcaram os vários períodos em que se passa a história tornou tudo muito mais envolvente.

- Segunda Guerra Mundial
- Soldados de Borracha
- O crescimento da cidade de Manaus
- Vocabulário regional e da época; citação de comidas, plantas, festividades, costumes amazonenses.
- Domingas: a empregada que era praticamente uma escrava.
- Cultura libanesa; imigrantes.
- A construção e inauguração de Brasília.
- O avanço industrial e econômico do país, progresso industrial e modernização das grandes cidades, mas que chegava ao Norte de forma mais lenta e limitada.
- Ditadura militar.

Possíveis spoilers abaixo: ????????

A Zana e a Rânia condenando a "ambição" do Yaqub me deu tanto ódio. A Zana era cega de ciúmes e possessividade e só piorava conforme o Omar se tornava mais desprezível, como se ele fosse uma vítima do Yaqub ser um homem descente. Ate o final elas sustentaram a ideia de que o Omar era um pobre coitado e que nada deveria ser exigido dele, enquanto o Yaqub era mesquinho e deveria perdoar sem mais nem menos todas as vezes que foi tratado como inferior ou substituível pela própria mãe.

Halim, Domingas e Yaqub foram os meus prefeitos.

Acredito que a "vingança" do Yaqub contra o Omar envolvia muito além das suas próprias mágoas, acho que ele sabia sobre o abuso da Domingas, por exemplo.
Duda.Pescarolli 26/08/2023minha estante
Além disso esse livro mostra bastante como a forma que os pais tratam os filhos, especialmente quando existe diferença no tratamento entre irmãos, afeta e até moldar a relação deles.




Daubian 18/12/2021

A família flutuante
Manaus tem uma história interessante. Criada por ciclos de imigrantes e de progresso, se choca com a diversidade de espécies e povos que ali habitava. Você vê neste livro que a cidade tinha planos, mas foi se deteriorando, alterando-se. Assim como a família de Halim. Primeiro é muito interessante uma história do ponto de vista dessa família libanesa. O incesto paira no livro de forma bizarramente comum, pelo menos 3 elos problemáticos. A relação da mãe e a personalidade dos irmãos destruiu a família assim como as frágeis barcaças do rio foram demolidas. A sólida instituição familiar é deteriorada igual o casarão, emulando a metáfora de outras obras como Éramos seis. Ninguém ali é perfeito. Até mesmo o Yakub indiferente e cruel com laços com militares e a indiferença ao professor. Uma família destruída pelo amor. Amor de uma mãe e uma fixação doentia. Excelente visão de histórias pouco contadas.
Reh 13/05/2022minha estante
Já quero na minha estante




Pettez 03/07/2023

Misto de emoção
Uma história que de início não dava nada, até me pegar imerso na história a um ponto de perder a noção de tempo na leitura.

Só digo uma coisa "o Halim não merecia isso"
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Jéssica 26/08/2020

Dois Irmãos.
É uma história envolvente, onde o ódio, ciúmes e a inveja pode destruir uma família.
Um trecho do livro onde se resume bem a relação entre Yaqub e Omar durante toda a historia.

" A loucura da paixão de Omar, suas atitudes desmesuradas contra tudo e todos neste mundo não foram menos danosas do que os projetos de Yaqub: O perigo e a sordidez de sua ambição calculada."

Ambos sofreram e erraram durante toda a vida, já agora quem errou ou sofreu mais, não importa.
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Sandro 24/12/2023minha estante
Amo... já leu"Relatos de certo oriente", do mesmo autor... maravilhoso, indico ele...


Sandro 24/12/2023minha estante
"Relatos de um certo oriente", Milton Hatoun


Rick Shandler 24/12/2023minha estante
Tá na lista aqui!!!


Sandro 24/12/2023minha estante
Foi o primeiro que ele escreveu... muito bom e gostoso de ler...




Cida Zientarski 25/03/2022

Dois Irmãos, de Milton Hatoum
Em estilo enxuto, mas repleto de sutilezas, esta obra narra uma tumultuada relação de ódio entre dois irmãos gêmeos numa família libanesa que vive em Manaus.

O livro é narrado em 1ª pessoa por Nael, filho de Domingas, empregada e índia. Ele tenta descobrir quem dos gêmeos é seu pai, buscando sua própria identidade ao investigar suas raízes.

Zana e Halim se casam e dessa união nascem os gêmeos Omar e Yaqub (caçula dos gêmeos) e Rânia, a caçula dos filhos. Embora os gêmeos Omar e Yaqub fossem bem diferentes no que se refere ao temperamento e à personalidade, fisicamente eram idênticos, sendo confundidos até pela própria mãe.

Os dois se tornam rivais conforme crescem e isso fica notório quando se apaixonam pela mesma moça, Lívia, fato que provoca a agressão de Omar contra Yaqub, que é atingido com uma garrafa no rosto (gerando uma cicatriz) durante uma sessão de cinema em que beijava Lívia.

É um romance que apresenta em sua trama situações de ciúme, rancor, inveja, desejo, orgulho e morte, tons psicológicos que prendem o leitor à história e o surpreendem a cada capítulo que passa.

Tem uma minissérie na TV Globo, com o ator Cauã Reymond no papel dos gêmeos.
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Humberto.Yassuo 19/04/2021

Concluída a leitura de "Dois Irmãos", a única coisa que lamento é ter lido só agora. Lançado em 2000, penso o quanto perdi em demorar quase vinte e um anos para ler esse romance.
Que obra, meus Deuses!

O drama familiar apresentado na história em seus muitos aspectos, a introspecção do narrador, as memórias construídas diante da passagem do tempo, o retrato de Manaus nas décadas passadas e suas mudanças ante as transformações sociais e políticas do país combinam bem com o tom melancólico e sensível na narrativa de Hatoum.

Não são todas as obras que aguçam tanto a nossa racionalidade juntamente com as nossas emoções. Dois irmãos sim. Milton Hatoum proporciona isso.
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Almeida 10/10/2020

Bastava apenas uma palavra – perdão!
Romance de conflito familiar é algo tão presente na vida de qualquer ser, por isso, o homem hoje já não consegue ou conseguiria deixar de promover um espetaculoso conflito, mesmo que ainda pequeno. Milton Hatoum mostrou uma desenvoltura singular ao escrever o livro Dois irmãos, uma trama que flui, pois nos faz mergulhar através de sentimentos que são transferidos às personagens em um contexto extraordinário que é ambientado em uma Manaus dos imigrantes, demonstra um cenário luminoso e festivo que cede espaço a uma escuridão e tristeza do fim. A trama é desenvolvida na tumultuada relação entre os irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, que demonstram uma relação desafeiçoada assim como apresentada em Gênesis.
Gêmeos idênticos que ao passar do tempo, a partir da adolescência especificamente, são diferenciados, fisicamente, por causa de uma cicatriz no rosto de um deles, o Yaqub que adquiriu a marca na primeira disputa que teve como pivô Lívia, uma moça pela qual os gêmeos se apaixonam. Mesmo não sendo linear, pois brinca com o tempo psicológico, o romance apresenta uma concatenação de ideias, que não se contradizem e que nos envolvem nos flash back do narrador. Apresenta intertextualidade quando são mencionados Caim, Abel e Jó, pois estes são personagens bíblicas, Yaqub e Omar são comparados com os primeiros e Halim é comparado com o último.
Omar se apresenta como uma personagem plana, pois sempre foi comunicativo, um rapaz que se dedicou à vida boemia do inicio até o fim do romance, deixava acontecer, ele gostava de se expor e Yaqub se apresenta como uma personagem esférica, que era capaz de esconder tudo: um rapaz que não se deixa expor desde que voltou do Líbano, tornando-se então, um homem diferente e cheio de mistérios. E ambos compartilham um mesmo objetivo: vingar-se um do outro “Oxalá seja resolvido com civilidade; se houver violência, será uma cena bíblica.” P. 171.
O livro é um romance polifônico, pois nele encontramos várias vozes, e também se encaixa em uma narrativa aberta que permite o leitor imaginar ou compor sequências narrativas que não ficaram bem claras ao serem narradas pelo “narrador sem nome”, o personagem que tudo sabe e tudo vê. É um romance tão emocionante que a não apresentação do nome do narrador, passa despercebida e que também nos faz sentir na pele a busca constante por uma identidade perdida nos segredos familiares.
É um romance que traz um orgulho ferido, orgulho que o tempo e o espaço não conseguiram dissipar.
Os personagens:

Halim (pai)
Zana (mãe)
Yaqub
Omar
Domingas (empregada)
Rânia (irmã)
Lívia (a pivô)
O narrador que busca descobrir a identidade do pai (um dos gêmeos) com Domingas – Vai ser apresentado o nome dele no decorrer na narrativa.


(Alexandre de Almeida)
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Lilo P 29/04/2022

Nunca tinha lido um livro brasileiro com uma história tão cheia de ódio, mentiras, brigas. Acho que a palavra que poderia resumir este livro é: impactante. Vários momentos me deixaram surpresos/impactado. E tenho vontade de ler outras obras do autor
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Flávia Pasqualin 29/04/2020

Uma conturbada relação familiar onde dois irmãos gêmeos vivem em pé de guerra desde a tenra infância. Apesar da aparência de ambos ser idêntica, os irmãos possuem personalidades totalmente distintas e, sendo causa ou efeito disso, recebem tratamento diferenciado por parte dos familiares. Enquanto a mãe e irmã tem uma espécie de devoção cega pelo gêmeo caçula, o outro é renegado dos mimos e carinhos, não importando quanto mais qualidades ele tenha em relação ao irmão. É nesse meio de ciúmes, inveja e intrigas que a trajetória dos dois se desenha. Toda ela é narrada pelo filho da empregada que, a partir de relatos dos moradores daquela casa, busca descobrir qual dos gêmeos é seu pai. A leitura é bastante interessante, tanto que o livro foi devorado em apenas um dia. Além de questões de identidade ele aborda um dos maiores tabus familiares, o de que existe um filho preferido.
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Lala 08/09/2020

Instigante
Apesar de o livro ter uma trama simples, mais cotidiana, eu não conseguia o largar. Fui tomada por uma vontade de saber mais sobre essa família tão disfuncional e terrível, os segredos escondidos, pra onde as coisas iriam, quem é o pai do Nael, etc. A escrita é ótima e consegue nos colocar dentro de Manaus no século 20, os personagens são muito bem construídos, é uma história sobre gente de verdade, personagens duvidosos, cheios de problemas e complexidades, com conflitos realistas que nos causam revolta e repulsa muitas vezes. Gostei da forma como a narração foi conduzida, me lembrou muito aqls livros de um jornalista tentando buscar informações pq o narrador conta o que ele viu e o que os outros viram, contando o que os parentes disseram e tal, o livro também faz uma reflexão muito interessante sobre o tempo, as memórias e o esquecimento. Realmente me prendeu
Arthur 08/09/2020minha estante
Excelente livro!




Nathalie.Murcia 08/07/2020

Romance visceral sobre o ódio entre irmãos.
Mais um romance de primeira linha da literatura nacional. A história, narrada na voz do filho da doméstica, tem por cerne o ódio implacável dos irmãos gêmeos, Omar e Yakub, sentimento nascido ainda na infância, marcado por um ato de violência, cujo tempo só tratou de acirrar a intolerância mútua. Em paralelo, um amor materno sufocante e protecionista, contrabalanceado por uma indiferença paterna em relação a um dos gêmeos e orgulho para com o outro.

Ambientado em Manaus, numa época na qual o seu crescimento desenfreado e de miscigenação cultural não foi acompanhado de melhorias sociais para a maior parte da população, ainda atingida pelos desmandos do regime militar.

Belo livro. Quero muito assistir à adaptação cinematográfica.

Mais resenhas no meu Instagram.

site: http://.instagram.com/nathaliemurcia/?hl=pt-br
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Julia Moraes 06/01/2023

Rotineiro e triste
O melhor livro brasileiro que já li.
A síntese de uma vida triste, principalmente pro narrador e sua mãe.
Gosto do jeito como as informações vão aparecendo e chocando ao longo do livro e, além de tudo, fala um pouco sobre a escravidão indígena no norte do Brasil.
Ruannita 06/01/2023minha estante
Ué... não lembrava que tinha escravidão indígena nessa história...


Julia Moraes 13/01/2023minha estante
Seguem vários spoilers...
Pode ser que a empregada tenha passado batida pra você, mas o autor deixou explícito no livro que ela foi trazida pra zana por uma freira quando.ainda era uma criança. Inclusive, Zana pagou por ela, pelo menos foi o que o autor deu a entender. Ela trabalhava todos oa dias e sem direito a férias, ou de escolher sair ou não. O narrador fala várias vezes sobre fugir da casa e sobre ela nunca ter fugido.
Além do mais, ela foi estuprada na casa e ninguém fez nada. No fim do livro, o narrador fala sobre o descaso com o qual era tratada.
Fala muito sobre essa empregada que é "parte da família", mas mesmo que for realmente parte da família por laço sanguíneo não é considerado, pela ascendência indígena ou por ser filho da empregada.


Julia Moraes 13/01/2023minha estante
Escravidão moderna




Thaís - @comprandopelacapa 19/03/2021

Dois irmãos
Dias&Dias&Dias e ainda não sei como resenhar esse livro (ou qualquer outro). Ano passado, leituras mínguas; este, poucas palavras. Será que em algum momento a gente volta ao "normal"? ("O futuro, essa falácia que persiste")
.
Comecei esse livro ano passado, pro #leialiteraturabrasileira, adorei, me encantei, mas não persisti. O mesmo aconteceu com inuuuuuumeros outros. Esse ano dei uma nova chance, aproveitei o enredo ainda fresco na cabeça, e que livro es-pe-ta-[*****]-lar. A ascensão e a ruína da família de Omar e Yakub pareada à história de Manaus, incesto, briga, disputa, inveja e condescendência.
.
A loucura da mãe pelo filho, do marido pela esposa, do irmão que foi enviado sozinho ao Líbano, da irmã que não enxergava o limite do amor fraternal. Esse é só um dos núcleos do enredo. Ainda há Domingas, representação da "escravidão moderna", consequência do que foi feito aos povos originários do Amazonas, e seu bastardo, narrador misterioso, que vai deixando inúmeras pistas, mas só se revela completamente no final. Fora toda a descrição, do desenvolvimento ao abondono, de Manaus, que carregou tantas promessas que não vingaram.
.
Enfim, primeiro livro que li do Milton Hatoum, melhor leitura do ano até agora.
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"Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos."
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