Resenhas -

plucas2003 06/02/2024

Brilhante e tocante
Essa é a segunda obra que eu leio da Conceição e só posso dizer que ela nunca me decepcionou! é um livro muito bonito e triste com personagens muito reais e histórias que tocam em feridas muito profindas do nosso Brasil. Eu amei

Luiz111 06/02/2024

Delicadeza atravessada e dolorida.
Neste curto romance, Conceição Evaristo mostra que sabe muito bem transpor conhecimentos ancestrais de forma complexa e cuidadosamente afetiva. A
autora usa de um recurso não linear de escrita, fazendo com que o leitor precise juntar as peças do enredo de forma muito sutil. A história de Ponciá Vicêncio é uma e, ao mesmo tempo muitas, pois carrega consequências históricas que se perpetuam sobre populações racializadas até a contemporaneidade, em especial no contexto brasileiro.
Essa leitura foi proposta para mim como texto base de uma cadeira do curso de letras. Adorei!

sophibbm 05/02/2024

Com uma linguagem mais poética, Conceição descreve o caminhar da personagem que dá nome ao livro, desde a infância até a vida adulta, intercalando passado e presente. fala muito da força das relações familiares, identidade e honrar e conhecer seu passado e raízes. É um jornada de autodescoberta, dentro de um contexto de pobreza social e escravidão moderna. É um livro bom porém não me pegou, acho que justamente por conta da escrita poética. Não funciona comigo. :(

Vitor 03/02/2024

O que falar sobre uma obra tão grandiosa como essa?
Aventurar-se nos seios da literatura se torna cada dia mais prazeroso, mais real e brutal quando termino leituras como essa. Ao enfim ter a oportunidade de me debruçar sobre a escrita literária de Conceição Evaristo, percebo como essa arte (que é belíssima em sua natureza) pode ser elevada à níveis que, para mim, são infinitamente majestosos. Com seu primeiro romance lançado, podemos desfrutar de uma história que se embrenha na realidade cruel em que vivemos; que se embrenha na história de vida de milhares e milhões e bilhões. Um livro sobre como a história se repete e como as estruturas são perpetuadas ao nosso redor.

Maria 31/01/2024

O livro é incrível. A qualidade com a qual Evaristo escreve o fluxo de consciência dos personagens e ainda de maneira poética é impressionante, é tocante e extremamente delicada. Li para faculdade e gostei bastante. Gostei também de como ela traz o ponto de vista da Ponciá, Luandi e Maria (mãe deles) e vai juntando tudo como se fosse um grande quebra-cabeça que no final se completa.

Alexandre249 30/01/2024

Uma história que emociona e faz refletir
Meu primeiro livro de Conceição Evaristo. Uma história marcante, triste e real que nos apresenta através de uma rica narrativa, as dores e alegrias de uma família, que como muitas, sofre pela ganância e pelo racismo.
Ótima e necessária leitura!!

Cris 30/01/2024

Ponciá Vicêncio
O livro fala sobre abandono, nossa querida Ponciá Vicêncio nunca soube quem é, e com sua dor e herança se perdeu em si mesmo. Acompanhamos a pequena, ainda menina de colo até a vida adulta, a cada perda, a separação do irmão e mãe, a perda dos sete filhos penetrando no "apartar-se de si mesma"

É um livro bem tocante, gostei muito de acompanhar Luandi, homem negro, sabido, sofrido.

Prof. Elisandro Lima 27/01/2024

Ponciá Vicêncio: do campo à cidade
A narrativa se desenrola através de diferentes momentos da vida de Ponciá, desde sua infância em uma comunidade rural até sua vida adulta na cidade. A protagonista enfrenta as duras condições de vida na zona rural, marcadas pela pobreza e pelo abandono por parte de seu pai. Ela passa a viver na cidade em busca de melhores condições de vida, mas enfrenta o racismo e a discriminação presentes na sociedade.

Fran.Sousa 26/01/2024

Um comentário sobre o irmão de Ponciá
LUANDI teve um pai. Um pai de quem, quando criança, escutou coisa bonita, valiosa, coisa que o alimentou, que carregou consigo na andança de quem busca mudar seu destino. O pai de Luandi, filho de ex-escravizados, nem por isso fora homem livre. Assim como seus pais, permanecera cativo da terra e dos caprichos e exploração dos senhores brancos, até mijo de sinhôzinho foi obrigado a engolir. Cativeiro que se perpetua geração após geração, nossos presídios são vislumbre disto. Certos sobrenomes também: o que Luandi herdou é sobrenome do branco que escravizara seus avós. Na herança de Luandi, está um sobrenome que não o dos seus. Mas está também as belas palavras do pai, palavras que carregou consigo como forma de abordar uma mulher e viver o amor. É que seu pai dizia que as mulheres são como estrelas a iluminar "a noite escura no peito dos homens", bonito, não? E Luandi, na andança de quem busca mudar seu destino, seguindo a trilha aberta por sua irmã, não tardou a encontrar sua estrela, uma mulher que pudesse iluminar a noite escura em seu peito trágico. Luandi é irmão de Ponciá Vicêncio, a protagonista deste livro que é pura emoção, que transmite tão bem algo de um passado cujas marcas, por vezes de pura dor, assombro e abismo, ainda se fazem sentir naqueles que dele descendem. Há a singularidade de cada um, diferença absoluta que permite ao sujeito separar-se do Outro, e é isto que uma psicanálise em sua intenção persegue, mas há também um passado que nos enlaça e situa num mesmo universo simbólico. E recordar é arma para não repetir.

Sahm 25/01/2024

Simplesmente um dos melhores livros que li este ano. Li n
um dia. E tô até agora com a personagem no meu coração ?

Matheus656 21/01/2024

Ponciá Vicêncio é uma história aparentemente simples mas que esconde ou pelo menos deixa aberta a interpretação camadas profundas e complexas. Relação familiar, solidão, ascensão social por meio do estudo, trato humanizado de pessoas com condições psiquiátricas são algumas das que interpretei.

nath191 20/01/2024

Ponciá Vicêncio
Livro impecável, escrita lindíssima.
Conceição Evaristo é uma mestra da literatura.
Um dos melhores livros que já li na vida(nunca li um livro dela que não fosse assim).

_ijaqline 17/01/2024

Ela via tudo, via o próprio vazio.
"Sabia, apenas, que de uma hora para outra, era como se um buraco abrisse em si própria, formando uma grande fenda, dentro e fora dela, um vácuo, com o qual ela se confundia. Mas continuava, entretanto, consciente de tudo ao redor. Via a vida e os outros se fazendo, assistia aos movimentos alheios se dando, mas se perdia, não conseguia saber de si. No princípio, quando o vazio ameaçava encher a sua pessoa, ela ficava possuída pelo medo. Agora gostava da ausência, na qual ela se abrigava, desconhecendo-se, tornando-se alheia de seu próprio eu."

Tice 17/01/2024

Ponciá Vicêncio
O processo de escravidão de pessoas negras no Brasil parece ter acabado com todas as leis renovadas no período: Lei do Ventre Livre, Lei Sexagenário, Lei Áurea. Porém, o que esquecemos é que faltou "lei" para tratar as marcas do que foi deixado e não falo somente das marcas físicas e/ou históricas. Me refiro também e especialmente à assensão do negro pós escravidão. Sobre as chances e as oportunidades.
Em Ponciá Vivêncio, uma obra curta, mas de intensa abordagem, Conceição Evaristo dar voz à tais problemáticas de uma maneira muito fabulosa, sem sentimentalista barato, mas de uma realidade absurda. Em alguns trechos eu consegui caracterizar a cena numa precisão absoluta. Filha de pessoas que foram escravizadas, Ponciá nasceu livre do sistema de escravidão, mas para conviver com seu pai, mãe e seu irmão, precisou reinventar a vida e buscar coragem sabe lá onde. Apesar das dores, angústias e sofrimentos, a autora criou personagens sensíveis, amorosos e cheios de fé. A obra nos convida a olhar para os problemas, não com o romantismo que sabota, mas com a leveza que torna o fardo mais possível de ser carregado.
Uma leitura absoluta!
Uma produção inédita.

Priscila 14/01/2024

Ah, Ponciá...
O melhor romance que eu li. Nunca imaginei que 'Macunaíma' pudesse ser desbancado, mas Ponciá veio mansa e fluida como um rio. Um rio de águas escuras, profundas e de fluxo sensível.
Por causa desse romance e de outros livros de sua autoria, eu afirmo, com base na minha opinião, que Conceição Evaristo é o luminar da literatura contemporânea do Brasil.