spoiler visualizarojuarana 21/04/2024
Gostosinho
Muito fofo, apaixonante, delicioso. O tipo de clichê que eu não sabia que precisava. No entanto, devo dizer que comecei a ler por indicação de uma amiga que classificou como "bobinho" e essa história não tem nada de boba.
Leon e Tiff são um típico casal de opostos. Introvertido, extrovertida. Acinzentado, colorida. Quieto e fujão, tagarela e impulsiva. Tiff respeita seus limites sociais como poucos o fizeram em toda a sua vida. Leon entende seus limites como ninguém fez até ali. Um casal muito bonito.
Gostei muito dos post-its. Gostei tanto que torcia para eles não trocarem mensagens. A ideia de uma troca de carta modernizada é charmosa demais para não ser citada aqui. Ver o Leon se apaixonando através de frases mais longas e "BJOS" é muito bonitinho.
No entanto, apesar das flores, há dois grandes temas sendo tratados aqui.
Primeiro, falarei da prisão injusta de Ritchie. Todas as descrições são absurdamente tristes, mas nem sempre tensas. Achei que, em alguns momentos, faltou seriedade. Ele servia bem como.um alívio cômico, mas não precisava ser tratado assim em todos os momentos.
E enfim, o abuso sofrido por Tiff. A cada aparição repentina do Justin, eu queria pular da janela da minha casa. Senti medo, raiva e fiquei em desespero em vários momentos. Ele diz algumas frases que são enlouquecedoras para nós, que estamos de fora. Ela cita momentos que são tão absurdos que nem parecem realidade. Vê-la nessa trajetória de cura foi belíssimo.
Os personagens secundários são muito bons! Gerty e Mo, apesar de terem nomes horríveis, são um casal muito instigante. Rachel tem seus momentos. Eu também gostei muuuuuito do núcleo da casa de repouso e da trama do John White. Entendi suas dores, achei essencial para a história.
Um grande ponto negativo, no entanto, é o final. Pareceu tão corrido, tão desesperado. Eu realmente acho que a autora teve que correr para entregar. A resolução do caso do Ritchie e a resolução do Leon e de sua mãe deixaram a desejar. Eram peças-chaves para o desenvolvimento do protagonista e foram completamente abandonadas, citadas sem a devida importância. Também senti um pouco disso no término dele com a Kay. Entendo que já era uma relação morta, mas em vários momentos ela aparentou ter mais motivos para não acreditar na inocência do cunhado e não entendi porque isso não foi apresentado. Pensei na possibilidade de ser relacionado à um preconceito racial, mas se for, também foi mal desenvolvido.
Eu também não gostei de como todos ao redor da Tiff, apesar de quererem proteger ela, nunca podiam dizer nada. Entendo algumas partes, principalmente no início/meio, mesmo ficando frustrada (é parte). Porém, é absolutamente irreal que ninguém tenha feito ela sair de casa no final. O Justin estava na porta da casa dela. Se fosse um livro mais "pesado", eu estaria completamente em pânico. O ideal era que ela fosse atrás de uma ordem de restrição? Sim, mas deixar que ela percebesse isso foi colocar a segurança dela em risco. Depois desse acontecimento, eu ficava contando os dias e as noites que ela ia passar sozinha no apartamento com medo de que o Justin aparecesse lá. Foi aterrorizante e certamente afetou minha experiência em todo o resto.
No fim, é um livro delicioso para um fim de tarde. Certamente vou procurar outros trabalhos da autora. Certamente vou procurar, para mim, uma paixão que lê Crepúsculo, usa roupa intima vermelha e escreve bilhetinhos com beijos.